quarta-feira, 8 de maio de 2013

Fim de época, e agora??

Quando chega o fim da época desportiva, sempre a mesma questão, para treinadores, atletas, pais: Como vai ser a próxima época?

Todos queremos o melhor para os nossos miúdos. Os clubes querem os maiores sucessos. Treinadores querem as melhores equipas. No fundo, todos queremos ser felizes e ter muitos sucessos. Mas todos acertamos nas nossas escolhas? Claro que não. Uns optam bem, outros mal! Todos estamos sujeitos a isso. Na certeza que decidimos sempre a acreditar que optámos pela melhor opção! Mas só no final da época podemos fazer o balanço. Escolhemos bem, ou mal?


O Balanço que fiz desta época, já o disse, foi muito positivo. O Nosso grupo de 1997, uma equipa «B», conseguiu um 4.º lugar entre 14 equipas, foi uma época bem sucedida, muitas mais vitórias que derrotas. Tivemos mudança de treinadores a meio, mas do que vou ouvindo, não foi traumático, pelo contrário. O grupo acolheu muito bem a nova equipa técnica. Que aliás teve muito sucesso,


Mas, e agora? Como vai ser a próxima época?

Não sabemos, ainda não foram dadas indicações sobre quais vão ser os treinadores.
O que damos como quase certo é que alguns jogadores vão abandonar o grupo.
Uns vão atrás do velho sonho do «Nacional»,  sonham jogar num campeonato Nacional.
EU tenho alguma dificuldade em compreender isso, só por si. Se me dissessem que o meu filho iria para uma equipa muito forte,  bem treinada, com bons métodos e boas condições, num Nacional, eu acharia isso excelente. E desde que o miúdo quisesse mudar, olharia para essa mudança com bons olhos.

O que me transtorna é perceber que há miúdos (acho que instigados por pais...) que vão atrás desse sonho do «Nacional», porque sim... quando se lhes pergunta, só sabem dizer isso, «sempre gostei de jogar num Nacional».
Não interessa se o treinador não presta e os vai treinar a jogar para o empate e pontapé prá frente só para pontuar e ver se não desce de divisão, se vão ter boas condições, se vai para um grupo forte... não, nada disso conta, só conta o sonho do «Nacional»...

Acho isso ridículo, mas respeito!
Mas é ridículo por várias razões:
Só quem não viu jogar equipas do Nacional é que não sabe do que falamos.
 O que é que existe de diferente nos campeonatos nacionais?
Pois, nada de especial. Tirando o Benfica e Sporting  que têm equipas acima da média, porque ao contrário de todas as outras equipas fortes, que têm 7, 8, 9 ou 10 excelentes jogadores, o Benfica e o Sporting têm 22 jogadores de topo. E isso faz toda a diferença...
Têm um futebol mais evoluído. Jogam mais em equipa. É um futebol mais completo. Principalmente porque cada um dos 22 jogadores é completo tecnicamente, tacticamente, disciplinarmente!
E isso faz um grupo acima dos outros.
 Dizia eu, tirando o Benfica e o Sporting, todas as outras equipas do Nacional não são nada de especial, nem jogam nenhum futebol especial. Pelo contrário, são equipas que jogam muito duro, é muito físico. Arriscam pouco, acima de tudo jogam para não perder, em vez de jogar para ganhar! Ou seja, praticam aquilo que detesto, que é o futebol, tático... de jogar para não perder pontos!
Não gosto... lamento... detesto!
Confesso que prefiro mil vezes competir numa distrital, a fazer bom futebol, do que jogar com toda essa carga do «medo de descer de divisão»... a despachar a bola lá para a frente, porque o objetivo é apenas evitar sofrer golos.

Admitiria que o meu filho fosse para uma equipa do Nacional se visse que iria ser bem treinado, futebol de bola no chão, futebol de equipa, de circulação de bola, sem truques, sem pontapé para a frente!
E mais. Se soubesse que o meu filho tinha lugar na equipa!
Era preciso ter essas premissas todas, só depois vinha a questão do Nacional.
Este também é um problema. Às vezes há muita falta de humildade, muita bazófia. Há miúdos que se acham umas estrelas... porque fazem umas fintas bonitas, porque rematam bem, por isto, por aquilo! Depois acham que têm lugar numa equipa qualquer.  Que são tão bons que se estão a estragar no distrital...  A falta de humildade é das piores coisas para se estragar o futuro de uma pessoa...
Às vezes a coisa corre mal... quando mudam de clube, depois afinal não têm lugar na equipa!  Não eram tão bons como pensavam. Afinal havia lá melhores que eles. Mas como não há humildade, a culpa é dos treinadores! Que não prestam... enfim!
É como aqueles miúdos que chumbam a todas as disciplinas. Mas a culpa não é da falta de estudo, da falta de trabalho, de concentração nas aulas. Não!  A culpa é dos professores, que não prestam...
Vão longe, vão...
 Ir à ganância para uma equipa do Nacional, porque sim... desculpem-me, é ridículo! Mas cada um sabe o que quer... Já soube de excelentes jogadores que abandonaram o futebol... aconselhados a ir para uma equipa do Nacional, fizeram jogos e mais jogos no banco... fartaram-se! Adeus futebol... pois é, há esse risco!


Depois, há os que percebendo que cada ano que passa a seleção vai sendo mais apertada, e percebem que o mais provável é na próxima época jogarem muito pouco, porque a ambição vai ser maior, tudo vai ser mais exigente. Para esses, o melhor é mesmo fazer um downgrade.  Procurar outro clube com menos ambição onde aí estejam ao nível dos melhores desse grupo. Jogarão mais, terão o ego mais reforçado, serão mais felizes.


Mas agora, deixando de falar em abstrato e pensando na nossa equipa de 1997, que pode acontecer?

Antes de mais, não sabemos se vai haver equipa B de juvenis ou não.
Mas que diferença faz se os nossos miúdos serão «A»?
Faz muita.
É que se não houver equipa «B» de juvenis, a equipa «A» será reforçada com miúdos de 1998.
E se isso acontecer, estaremos a falar de cerca de 45 miúdos (atuais Iniciados A e atuais juvenis B) a formar um único plantel de onde se escolherão os melhores.
Ninguém ignora que o grupo de 98 tem excelentes jogadores.
Pelas regras normais, ficarão os melhores 25 miudos deste grupo de 45.
O mais provável seria ficarem metade dos de 97, metade dos de 98. Por aí!
Vantagens: A equipa ficará fortíssima, porque sabemos que o grupo de 1998 tem excelentes jogadores. Não tenho dúvidas que neste cenário teríamos uma equipa de topo.
Desvantagens: Entre os mais de 20 jogadores que serão dispensados, estarão miúdos que estão no Almada há várias épocas, é sempre triste quando os miúdos são afastados do clube que sempre acarinharam... Mas, pior, alguns desses miúdos, apesar de não estarem entre os 25 melhores, são miúdos com muito valor e vão enriquecer os planteis das nossas equipas adversárias.
Sim, porque não podemos esquecer que quer a equipa de Iniciados que só não subiu ao Nacional por um mero azar no final da época, quer a equipa de juvenis B têm excelentes jogadores. Dispensar metade de cada grupo... será sempre um desperdício, a meu ver.


Se houver equipa B as questões são diferentes. Se se conseguir segurar os miudos que fizeram a 1.ª distrital de Iniciados, ficaremos com uma excelente equipa de juvenis B, capaz de lutar pelo 1.º lugar!
Mas, atenção, será que o Almada vai conseguir segurar esses miúdos, alguns deles já cobiçados por outros clubes, ainda por cima tendo aqui ao lado um clube que vai jogar no Nacional (o C. Piedade?)

Quanto à equipa «A», estou convencido que temos um excelente plantel e mesmo que não houvesse nenhuma mexida, tínhamos condições para lutar pelos primeiros lugares e poderiamos assumir a luta pela subida ao Nacional.
Mas para termos mais certezas, era essencial reforçar o grupo de 1997.
Era preciso que não saísse ninguém, e entrassem uns 4 ou 5 excelentes jogadores, ao nível dos melhores do grupo.
Podemos garantir isso? Que não sai ninguém? E que vamos conseguir convidar excelentes jogadores?
Não sei. Não faço a mais pequena ideia!
Em tempos esta dinâmica conseguia-se facilmente com  conversas entre pais, um conhece o pai daquele, outro é vizinho do pai do outro. Não seria nada de novo! Já aconteceu e resultou! Infelizmente deitaram esse capital todo para o lixo. Desde que o clube decidiu hostilizar os pais, já não sei nada...  Conseguem?
Não sei!

Na minha modesta opinião, qualquer uma das duas soluções é boa:   Ter equipas B é uma garantia de continuidade. É uma garantia de que num ano uma equipa consegue ter sucesso, esse sucesso não se perde no ano seguinte, porque há sempre equipas competitivas.

Se decidirem acabar com a equipa B de juvenis, há maiores riscos de futuro, mas temos maiores garantias de uma equipa de sucesso no ano seguinte, mas atenção. ISto se conseguirmos segurar os melhores jogadores da Equipa A e os melhores jogadores da Equipa B. Se estes miúdos, os melhores de 1997 e os melhores de 1998 saem para outros clubes...  pode dar-se a desagregação de todo o projeto... os juvenis descem de divisão...


Eu quero acreditar que isto não vai acontecer, mas temos de admitir que é um cenário em cima da mesa:

Agora ponham-se do lado do C. Piedade e pensem no que pode acontecer.
Imaginem que o C. Piedade, que agora tem duas equipas no Nacional, Iniciados e Juvenis, começa a cativar bons jogadores em vários clubes. Como sabemos, basta o convite e muitos vão a correr...

PARA A EQUIPA DE JUVENIS, imaginem este cenário:
Nos juvenis «A» já estavam  4 ou 5 jogadores de 1997.
Pipo, Abreu, G. Lopes, Tiago Lopes, Ricardinho

Da equipa de juvenis B, daquele vasto plantel que não conseguiu mais que um 9.º lugar, numa época fraca, não me parece que existam assim tantos talentos para uma equipa que quer ter sucesso no Nacional. Imaginemos que daqueles 30, se consegue puxar para a equipa uns 4 ou 5.
Que aproveita da boa equipa que fez subir os Iniciados  do Piedade ao Nacional os 3 melhores jogadores.
Que vai buscar 2 ou 3 ao Corroios (este chamariz do Nacional faz milagres, todos sabemos) mais 2 ou 3 ao Beira-Mar (eu sabia exatamente quais ia lá buscar - Moreno, Freches, Gandum)


e agora imaginem que o projeto, por alguma razão, se desagrega no Almada... imaginem que saem para o Piedade 6 ou 7 dos melhores jogadores de 1997 do Almada?
Mais um ou outro que seja convidado aos Pescadores, ao Amora...
Já viram a super-equipa que o C. Piedade faz?

Pois, pois é...
É quase uma seleção distrital de 1997!
Só fica a faltar aí o Tomás do Barreirense e mais 2 ou 3 do Vitória de Setúbal e está aí a seleção distrital de Sub14 que conseguiu o melhor resultado de sempre do torneio Lopes da Costa em 2011/12.

Seria um plantel com uns 26 miúdos dos melhores que há no distrito!
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Era bom que o Almada abrisse a pestana e começasse a trabalhar ...
Era uma pena que um trabalho que começou com tanto esforço há 5 anos se desmoronasse de uma época para outra...
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Sendo que todos sabemos que alguns miúdos se convencem bem apenas apresentando bons treinadores, uma ideia, um projeto, demonstrando dinâmica e vontade de construir um grupo forte.
Outros, nem tanto.
Outros vão sair  a correr atrás do aceno de competir num Nacional...  Alguns se arrependerão, outros nem tanto. É da vida!
O período das transferências está aberto!
A partir de agora ganha quem se mexer melhor!
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