Blog sobre o futebol junior, com especial atenção aos clubes do distrito de Setúbal e aos jogadores nascidos em 1996 e 1997. Pequenas crónicas Fotos, Vídeos, classificações. Autoria de um pai, todas as opiniões são da minha exclusiva responsabilidade. jpedro.1966@gmail.com Colabore, contacte-me!
quinta-feira, 16 de maio de 2013
Chegou a hora dos convites. O telefone tocou, que fazer?
É final de época, dá-se o tradicional corropio.
Treinos de captações nos clubes e muitos telefonemas.
Treinadores, diretores, pais, amigos, todos ajudam na procura de reforçar os seus planteis.
Obviamente não posso aqui divulgar, mas só hoje recebi 3 telefonemas. Falei com outros pais que também receberam telefonemas de convites.
Esses telefonemas, confesso, são sempre bem recebidos. Qual é o pai que não gosta de ouvir um treinador dizer que gostava de ver o nosso filho na sua equipa?
Então quando dizem que observaram o miúdo, que sabem o seu valor, e que querem saber se o miúdo estará interessado em mudar de clube. É um orgulho... ficamos inchados!
Mas entre ficar contente pelo convite e tomar alguma decisão, vai uma grande distância!
Há muitas questões que têm de ser respondidas.
Desde logo a primeira: O miúdo está insatisfeito onde está? Não acredita no projeto que o seu clube lhe propõe?
Aliás, uma das pessoas que me ligou fez precisamente essa pergunta, facto que muito apreciei:
«Primeiro, pergunto-lhe, o seu filho sente-se bem no clube? Ele é feliz onde está? Porque se é, nem sequer faço o convite, porque defendo que só devemos convidar os miúdos se eles não estiverem satisfeitos onde estão».
Bem, se a resposta é positiva para estas duas perguntas, vale a pena avaliar todos os convites.
Mas estando o miúdo satisfeito com o projecto que lhe foi apresentado, estando cumpridas algumas premissas, mudar para quê? Pense muito bem antes de mudar. Pode ser um erro!
Vale a pena relembrar algumas das premissas:
1. A equipa onde vou ficar vai ter uma boa equipa técnica? Conheço os treinadores? Sei se gostam de praticar um bom futebol? Sei se estes treinadores privilegiam o bom futebol ao resultado? Para ter a certeza que não vou para uma equipa de futebol feio de pontapé prá frente, em que o objetivo é apenas fazer pontos.
2. Do grupo que sei vai pertencer à minha equipa, vejo condições para termos uma equipa forte, competitiva, capaz de lutar pelos lugares do topo da classificação?
3. Da auto-avaliação que faço do meu valor como atleta, acho que tenho possibilidades de estar entre os 18 melhores jogadores do grupo e tenho fortes possibilidades de jogar muito ao longo da época?
4. Do que conheço do grupo, vou ter um bom ambiente de treino, um bom espírito de grupo?
5. O clube tem boas instalações, ou pelo menos perspetivas de vir a ter melhores condições em breve?
Bem, se respondemos positivamente a todas as questões, não há mínima dúvida de que o miúdo deve ficar neste clube. Se tem muitas destas questões a que responde negativamente... não será má ideia procurar outro clube onde possa ser mais feliz.
Se por acaso respondeste negativamente às 3 primeiras questões, nem penses duas vezes, procura já outro clube onde essas perguntas possam ser respondidas positivamente.
É verdade que há muitos miúdos que têm essa ambição, de querer jogar num campeonato nacional. Nesse caso, as opções de escolha são menores.
Nesse caso, não arriscaria muito a habitual tentativa - « vou lá a um treino, para ver se tenho hipóteses» - porque esses clubes que têm equipas no Nacional não estão à espera dos jogadores que lhe vão aparecer à porta. São eles que já identificaram os miúdos com mais valor e vão contactá-los. Porque precisam ter equipas muito fortes.
Sei que para estes clubes do nacional há vários miúdos do nosso grupo do Almada a serem contactados. É bom sinal! É sinal de que temos um grupo com valor. Um grupo com talentos que, se quiserem, podem jogar num Nacional.
Será o Almada capaz de travar a saída de alguns destes miúdos cobiçados?
Não faço a mais pequena ideia, mas sei algumas coisas:
1. Há um grupo muito coeso, que já vem da época de 2008/2009, reforçado na época 2009/10, os miúdos conhecem-se bem, jogam juntos há 5 épocas, pelo que sei gostam da equipa técnica que lhes foi apresentada, gostam do clube, gostam das instalações, gostam da metodologia de treino. Sinceramente, acho muito dífícil que saia algum destes cerca de 10 miudos...
2. Sei que já começou o jogo sujo. Há quem já ande a dizer a alguns miúdos que o projeto do Almada se vai desmoronar, que a escola Geração Benfica vai sair, que o Almada vai começar a perder todos os miúdos. O que posso dizer é que fiz uns telefonemas e é tudo mentira. Mero jogo sujo! Gente sem escrúpulos que tenta tudo para prejudicar terceiros... Pode ser que essas pessoas que inventam cenários só para prejudicar o Almada tenha eles mesmos o azar de cairem nas suas próprias armadilhas... Pode ser que tenham o azar de sofrerem com o próprio veneno que espalham...
3. Pelo que sei, deste grupo muito forte do Almada (nascidos em 1997 mas também de 1998) é muito provável que surja uma onda de convites não só de clubes do Nacional, mas também de outros clubes da 1.ª distrital. Obviamente que cada um é livre de decidir o que acha que é melhor, mas deixo aqui uma chamada de atenção para um pormenor que já me apercebi nuns telefonemas:
UMA CHAMADA DE ATENÇÃO:
- Há quem esteja a fazer convites a miúdos (inclusivamente a miúdos do Almada) para irem para outros clubes que jogam no Nacional, mas atenção, essas pessoas que convidam não são da equipa técnica. Fazem-se passar por pessoas influentes nesses clubes, convidam os miúdos, mas tenham cuidado. É que os treinadores dessas equipas do Nacional sabem exatamente quem querem... podem aparecer lá miúdos «recomendados», «indicados», «sugeridos», mas é o treinador quem vai escolher... e podem estar a ser sugeridos para um grupo onde, depois, podem não ter lugar... Atenção a isso!
Se forem os treinadores a ligarem, é uma coisa. Outras pessoas, supostamente «influentes», «empresários», «amigos do clube» por vezes aconselham miudos e pais... e aconselham mal!
Ninguém deseja que os miúdos sofram essa desilusão de acreditar que vão jogar numa grande equipa que vai fazer um grande Nacional e depois... não têm lugar na equipa! E é uma época perdida... a ver os outros jogar!
Nunca se esqueçam. Há um fator importantíssimo para se evoluir: Jogar! Jogar muito! Jogar com uma equipa que pratique bom futebol! Jogar com treinadores que não vivam obcecados com os resultados. Que queiram um futebol evoluído! Esqueçam os nacionais e as divisões distritais... Há boas e más equipas em todos os escalões! Há bons e maus treinadores em todos os campeonatos! Há bons e maus jogadores em todos os escalões!
Confesso que não sou grande defensor daquela ideia de fazer tudo para evitar que os miúdos saiam.
Acho que se deve abrir o jogo, falar com os miúdos, explicar-lhes o projeto, reconhecer que estão ali jogadores com valor e que vão ter convites para sair, mas que eles é que têm de decidir o que querem.
Se têm vontade de sair, se não gostam do clube onde estão... não pensem duas vezes... Saiam!
Nos projetos só contam os que lá estão com alma!
Os que estão por interesses miudinhos... que saiam!
Mesmo nas empresas, nunca percebi aquelas pessoas que iam ter com o diretor, a dizer, «tive convite para ir para aqui e para ali...» só para verem se o diretor lhes aumentava o salário para não saírem... Sempre achei isso horrível. Quem quer sair, que saia!
No dia em que tive um convite e decidi sair, fui ter com o diretor e disse-lhe: «Olha, tenho que te dizer que tomei uma decisão. Vou sair da empresa!» Começou a rir-se para mim, «sim, sim, para onde?, e vais ganhar quanto? Vamos conversar sobre isso».
Tive que lhe dizer: «Não, não há nada a conversar. Não estou a fazer nenhum joguinho para ver se me aumentas o salário. Decidi sair. Fartei-me desta empresa, fui convidado para um projeto que me entusiasmou, quero sair e vim só comunicar-te a minha decisão».
Ficou perplexo...
PARA OS MIÚDOS QUE MORAM EM ALMADA há muitas alternativas.
Se bem que esta época as escolhas vão ser mais complicadas.
O Almada vai deixar de ter juvenis B, e ouvi dizer que o Piedade também pode desistir da equipa de juvenis B.
Ou seja, há duas equipas fortíssimas de 1998 (Almada e Piedade) que não vão ter equipa B de juvenis... desses dois grupos, os melhores ganharão lugar nas equipas «A» de juvenis, mas os outros, que são também de elevado valor, não terão lugar.
Vão enriquecer outras equipas.
O C. Piedade é a equipa mais óbvia. Vai disputar o Nacional, tem uma boa equipa técnica, vai ter muito por onde escolher, vai ter uma equipa fortíssima.
O Almada provavelmente perderá alguns miúdos, nessa sisma do Nacional, mas julgo que também vai receber alguns talentos que estão a ser contactados. Juntando os melhores de 1997 com os melhores de 1998, mais alguns talentos, não tenho dúvidas que o Almada vai fazer um conjunto muito forte!
Se é candidato a subir de divisão ou não, não faço a mínima ideia. Agora tenho a certeza que será uma equipa para disputar cada um dos jogos com todos os adversários! De igual para igual. Uma equipa que vai certamente ter mais sucessos que insucessos.
Ainda na 1.ª distrital existirão outros clubes com projetos interessantes. Desde o Beira-Mar, que tem uma equipa base que vem do grupo do ano passado, com bons treinadores, ao Corroios que já tinha este ano muitos jogadores de 1997 e tem uma boa formação.
Na 2.ª distrital destaco o Charneca. Soube que muitos jogadores que estavam no V. Milhaços acompanharam o mister Canhola para o Charneca, o conjunto vai ser muito forte, certamente uma equipa candidata a subir de divisão! De assinalar também que o campo do Cassapo recebeu esta época um novo sintético, é hoje um dos clubes com melhores condições de treino.
Trafaria, Monte e Pescadores não sei.
De entre todas estas opções, há lugar para todos os miúdos que são apaixonados pelo futebol e querem continuar a jogar mais uma época.
A DISPENSA, UM MOMENTO SEMPRE CHATO MAS QUE TEM DE SER VISTO COM NATURALIDADE
Na verdade só sofre com estes momentos quem fazia uma má avaliação do seu próprio valor.
Ou seja, quem é dispensado e sabe o seu valor, naturalmente percebe que os jogadores que ficam são superiores.
Sim, é verdade. Estás a pensar naqueles que ficam, há sempre alguns, que ficam por alguma cunha, porque é amigo do diretor, que tem um empresário influente, porque o pai é que arranja os patrocínios, etc etc etc... Pois, é verdade, há sempre esses casos. Mas, felizmente, em nenhum clube esses casos podem ser superiores a 3 ou 4 situações. ninguém com bom senso manda embora bons atletas para manter outros piores... só porque há ali uma dívida qualquer a pagar... (Oooops! Pois... afinal há... lembrei-me agora de um caso... mas enfim, é passado! Esqueçamos os desastres do passado...)
Por isso, se percebe a saída, encara-a com naturalidade e vai procurar um clube adaptado ao seu valor.
É natural, o futebol é como um funil. Ao avançar de escalão vão ficando cada vez menos, só os melhores. Quando chegarem a séniores, só meia dúzia (se tanto) continuará no futebol.
Por isso, a dispensa deve ser encarada com naturalidade.
Até porque há tantos e tantos casos. MMiúdos que são dispensados num momento, e momentos mais tarde se verifica serem muito superiores aos que antes foram os escolhidos. É muito comum!
Cada um deve procurar a sua sorte e tudo pode acontecer!
Mas há também a dispensa forçada. Não é porque não se ache que o miúdo é bom jogador, só que não se pode tolerar que um bom jogador ande a minar o balneário... ou porque um jogador anda a gabar-se que se vai embora... Nesses casos, para mim, a solução é muito simples: Nunca se deve tratar mal um miúdo que sabemos que é um bom atleta e um bom miúdo, mas que sabemos que é mal aconselhado em casa.
Ora, se anda com essa conversa, que não sabe se vai embora. A solução é Simples: Chama-se o rapaz à parte e diz-se algo parecido:
«Nós gostávamos que ficasses, és um bom atleta, mas já percebemos que andas a ver se tens lugar noutros sítios. Não nos leves a mal, mas não queremos no nosso grupo atletas que estejam aqui a treinar a sonhar que vão para outro sítio! Ou estás aqui de alma e coração ou, então, preferimos que sejas feliz onde queres estar».
No fundo, ajudamo-lo a decidir.
«Não te sintas mal nesta situação dúbia, avança, vai atrás do teu sonho. A partir de amanhã já não contamos contigo!
Depois, se no final da época chegares à conclusão que não devias ter saído, aparece, pode ser que ainda estejamos interessados em ti... AGora estamos interessados, na altura já não sei... Mas não te deixes ficar nessa dúvida. Avança! Sê feliz! Até breve! Amigos como dantes»
Ainda esta semana um pai contou-me um episódio que se passou no balneário do filho mais velho, num clube do concelho:
«Vocês que estão aqui são o meu plantel. É convosco que eu conto para fazer a próxima época. Vamos começar a trabalhar com grande vontade e preparar a próxima época. Mas aviso-vos já. Se sei que algum de vós andou a fazer treinos noutro clube, não pões mais os pés neste balneário.!»Este é outro método muito comum!
Parece um bocadinho violento, mas se pensarem bem, faz todo o sentido!
Um treinador tem de saber com o que é que conta.
Se está a fazer um esforço, a dar minutos, a dar tempo, a dar dedicação a jogadores que depois vão oferecer esse «trabalho» a outro clube, ao menos que sejam homenzinhos e digam já o que vão fazer!
É justo!
EU não sou contra este princípio!
É claro que isto dificulta a vida a miúdos que estão na dúvida sobre o que vão fazer:
«Eu queria mesmo ir para o clube X. Mas e se mudo e depois não tenho lugar na equipa?»
Pois, a dúvida é legítima, e percebo que um miúdo queira estar com os pés nos dois lados, para ver melhor qual será a melhor decisão.
Só que, já não somos criancinhas. Estamos em juvenis. SUB17!
Mais um ano e são adultos!!!
Sejam homenzinhos!
Há que ser homenzinho e ter coragem na tomada de decisões.
Se quer mudar que mude, tenha coragem e despeça-se do clube onde está!
Se está com receio de afinal não ser tão bom que não tenha qualidade para ter lugar na equipa para onde quer ir, seja humilde. Assuma a sua condição: Vou ficar aqui, ao menos aqui conheço o grupo e sei que tenho possibilidades».
QUAL O OBJETIVO DE TODOS?
Afinal todos querem o mesmo.
Jogadores querem jogar, querem ter a oportunidade de jogar, de preferência numa equipa que tenha sucesso, e com bons treinadores que ensinem bons métodos.
Treinadores querem bons jogadores, não apenas bons jogadores tecnicamente, mas boas pessoas, miúdos que saibam inserir-se num grupo e trabalhem com dedicação e empenho.
Treinar equipas com um nível de jogadores muito variado é também um desafio para os treinadores.
Mas também há os «gabarolas» que só treinam equipas escolhidas a dedo! Qual é o mérito disso? Nenhum. Qualquer sapateiro treina uma equipa só com bons jogadores. É deixá-los fazer bem aquilo que sabem! Custa alguma coisa? Nadinha...
O mérito está naqueles que pegam numa equipa que tem bons jogadores, tem medianos e até fracos, pega naquilo tudo e constrói uma equipa! Isso sim, é um grande treinador.
Já tive o privilégio de ver trabalhar uns e outros. Já vi treinadores pegarem em grupos vulgares e fazerem daquele grupo uma excelente equipa.
Mas também já vi treinadores que pegam em planteis de luxo e não conseguem fazer o mínimo dos mínimos, desastre completo.
É da vida, uns vivem da gabarolice, amigos que passam a palavra que o treinador tal é uma «estrela», fez isto e aquilo... mas quando chega a hora «H», vê-se que afinal não valia nada...
Outros, a trabalharem com afinco semana a semana, com gente por trás a dizer mal, sempre a apontarem defeitos, por isto e por aquilo, e conseguem resultados.
A vida acaba por provar quais são os verdadeiramente bons e quais são os tagarelas, gabarolas...
É dar tempo ao tempo!
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