Blog sobre o futebol junior, com especial atenção aos clubes do distrito de Setúbal e aos jogadores nascidos em 1996 e 1997. Pequenas crónicas Fotos, Vídeos, classificações. Autoria de um pai, todas as opiniões são da minha exclusiva responsabilidade. jpedro.1966@gmail.com Colabore, contacte-me!
quinta-feira, 1 de novembro de 2012
Futebol Benfica (Fófó) - 2 Almada - 3 JOGO-TREINO 01NOV2012
Um jogo-treino com uma equipa forte do campeonato de Lisboa.
Foi um bom jogo, apesar de várias contrariedades.
O campo n.º 2 do «Fófó» tem dimensões muito reduzidas, semelhante ao campo n.º 2 do Almada.
A diferença é a qualidade do piso.
Trata-se de um sintético com mais de 20 anos, muito gasto, ao qual foi adicionada uma quantidade de areia branca.
Confesso que nunca tinha visto um campo assim.
A bola salta muito, talvez um pouco escorregadio.
Não seria um problema de maior caso a equipa adversária jogasse com menor agressividade.
O jogo tornou-se , em grande parte do tempo, um futebol feio, muito pontapé pró ar, muito choque, muita agressividade. Ou seja, pouco futebol...
Ora, bom futebol é o que mais gostamos de ver, mas ali houve pouco.
Pior ainda, quando um duo de árbitros muito caseiro passa o tempo todo a fingir não ver dezenas de faltas muito feias, estão criadas todas as condições para um jogo feio.
Um dos centrais do Fófó passou o jogo todo «empoleirado» no André Fonseca. Não lhe dava um centímetro, muito encontrão, muita cotovelada, muita joelhada... o André não teve a vida facilitada.
No entanto, ainda fez dois golos...
Vários jogadores da equipa adversária usavam como técnica de abordagem ao jogo aquela máxima que antigamente se ensinava nos pelados de futebol: «Vais à bola de tal maneira que só passa um, ou a bola ou o jogador, os dois é que não»...
Pois, o jogo foi todo nisto!
Muita cacetada, muita cotovelada, pisadelas, joelhadas pelas costas, puxões de camisola.
Até compreenderia que fosse um estilo de arbitragem, se os senhores apitassem da mesma forma em relação às faltas do Almada.
Mas aí é que está o cerne do assunto: Árbitros que apitam cada pequeno gesto menos conseguido, e depois nunca veem as múltiplas cacetadas que se sucediam por parte da equipa adversária.
Isto é o que eu chamo uma péssima arbitragem, uma arbitragem nitidamente tendenciosa, uma arbitragem que ía levando os miúdos à revolta e que por um bocadinho não resultou a agressões em campo...
Culpa de quem?
Dos senhores árbitros!
É feio quando é uma arbitragem que estraga um jogo de brincadeira.
Sim, convém lembrar que este era um jogo a brincar, um jogo de treino.
Mas enfim!
Feita a introdução, que eu resumo: um jogo não muito bonito, num campo pequeno e piso péssimo, com um adversário faltoso e uma arbitragem caseira.
Ou seja, tudo somado, todas as condições para sairmos dali desagradados, com o espetáculo que vimos.
O resultado, pois o resultado foi positivo para o Almada.
Ganhámos 3-2
Mas vou ser coerente. O resultado não é aquilo que mais me interessa! Eu gosto de ver bom futebol.
E hoje... dos 80 minutos talvez tenhamos visto uns 15 minutos de bom futebol... é pouco!
Do pouco bom futebol que se viu, foi dos pés dos jogadores do Almada.
O «Fófó» tem um futebol que se classifica facilmente: Marcação homem a homem, muita agressividade, a regra é não deixar o adversário jogar, nem que para isso se façam faltas sucessivas.
Depois, pontapé lá para a frente, e tentar que alguém consiga fazer o golo na disputa física com o adversário.
É isto. Dirão, mas não jogavam bem futebol? Sinceramente, custa-me chamar àquilo que vi bom futebol. É um futebol eficaz. Que impede o adversário de jogar. Agora em termos de construção de jogo vale zero...
Como eu tenho esta obsessão de que o futebol deve ser muito mais construção de jogo do que destruir o jogo adversário, não consegui ver qualidades no adversário.
Corrigindo, a atitude em campo, sim, aí tenho que admitir, estes juvenis do «Fófó» dão tudo em campo e isso eu gosto de ver!
Quanto ao desempenho do Almada, confesso que não foi dos melhores jogos que já vi. Não, não foi!
Mas teve alguns aspetos interessantes.
EQUIPA:
Fábio
Natário
Pedras
Rafa
Diogo
Mário (sub16)
Bruno
Leo (sub16)
Varandas (sub16)
André Fonseca
Iuri (sub16)
(de notar que neste 11 estavam apenas 4 dos habituais titulares: Pedras, Rafa, Natário e André)
SUPLENTES
Pina
Rui
Zé
Sandro
Mémé
Pigoita
Diogo
Gongas
AINDA LESIONADOS
Chico
Guga
Beto
Luís Branca
Gilberto
Na segunda parte:
Saiu Fábio entrou Pina
Saiu Iuri entrou Pigoita
Saiu Varandas entrou Sandro
Saiu Bruno entrou Mémé
Saiu Diogo entrou Gongas
Mais tarde:
Saiu Leo entrou Diogo (médio)
Mais tarde saiu Mário entrou Zé (Rafa passou para trinco)
entrou Rui e saiu o Zé (julgo que por quase ter chegado a vias de facto com um adversário - culpa do árbitro que não assinalava agressões óbvias)
GOLOS:
André Fonseca (2)
Pedras
NOTAS FINAIS:
A primeira parte não foi muito conseguida.
Tivemos dificuldade em jogar bola no chão. Demasiada insistência em jogadas de bola em profundidade lá à frente. Num campo pequeno, num piso horrível e contra uma equipa que não dá espaços e é muito agressiva, esta estratégia revelou-se totalmente fracassada.
Raras foram as vezes em que se procurou sair com a bola controlada, no chão, de pé para pé...
O «Fófó» com uma estratégia semelhante, muito pontapé prá frente, acabou por fazer primeiro o 1-0.
Nós acabaríamos por empatar num contra-ataque e boa entrada do André.
Mas eles acabariam por fazer o 2-1 antes do intervalo.
O Pedras num livre direto espeta uma bomba lá dentro, indefensável.
2-2
Na segunda parte, com uma forte mexida na equipa, ganhou-se alguma estabilidade no meio-campo. Finalmente se conseguiu ver a bola no chão, a sair de forma controlada até ao meio campo adversário.
Alguns dos nossos jogadores entraram muito motivados, mas a insistirem numa solução que se via que não era possível naquele campo, demasiado pequeno, a de tentar a finta sobre um, dois, três... Obviamente estas jogadas deram maus resultados!
Com o Almada a ganhar preponderância, a dominar muito mais, a subir muito mais, acabaríamos por fazer o 3-2, numa sequência de jogadas ofensivas do Almada, mais uma vez o André a meter a bola no canto.
Nesta segunda parte viu-se muito mais futebol, o Almada mostrou já claramente superioridade, e teve uma série de oportunidades não concretizadas, algumas por mérito do guarda-redes adversário.
NOTAS:
Adversário. Tenho ideia que no intervalo a equipa adversária também foi muito mexida, e que nesta segunda parte o «Fófó» tinha jogadores menos agressivos, o que nos ajudou bastante. E isso explicará a muito maior ascendência do Almada na segunda parte.
Laterais sobem muito. Eu gosto de ver equipas que funcionam com laterais que sobem muito no campo e acabam por vezes a fazer de extremos. Conhecemos vários grandes jogadores que o fazem, e são de facto trunfos para as equipas. Nesta equipa de juvenis também temos dois laterais que sobem muito, é muito comum vermos o Natário ou o Gongas na área a centrarem a bola.
ISso é, a meu ver, muito bom, e um grande trunfo.
Mas é preciso ter cuidado. Porque essas ofensivas pela lateral obrigam a um grande rigor tático. Sempre que o lateral sobe à linha de fundo, o extremo tem de recuar e fazer de defesa esquerdo... Pois, não foi isso que aconteceu hoje. E só não sofremos dois golos do lado esquerdo por milagre, em jogadas em que simplesmente não existia lateral esquerdo...
Pedras também sobe muito. As subidas no terreno do Pedras são muito comuns, seja para ir saltar na área adversária num canto, seja para marcar um livre direto... não utilizar este trunfo goleador que é o Pedras seria uma tremenda falta de inteligência. O Pedras sobe muito, e bem. Normalmente marca golos, normalmente cria muito perigo. Mas para que o Pedras suba é fundamental que alguém faça o seu lugar atrás. Tanto com o Rafa como com o Mário (a trinco) essa troca de posições tem funcionado, parece-me.
Atitude. Em relação ao problema da semana passada, que meu ver foi a falta de atitude de grande parte da equipa, pareceu-me que hoje estava praticamente resolvido. Já não vi com tanta frequência jogadores parados.
No entanto, continuo a estranhar (a não ser que seja mesmo orientação tática) que continuemos a dar demasiado espaço ao adversário. Nota-se mais contra equipas como esta que jogam com grande intensidade. Mas julgo já ter visto esta equipa a jogar com mais intensidade. Deve ser uma fase menos boa... De qualquer forma, globalmente a atitude hoje foi boa.
Fábio Paím: Não sei se repararam, mas estavam a treinar os seniores do Fófó no campo principal. Aquele jogador que era para ser a maior estrela nacional, melhor ainda que o Cristiano, mas que se perdeu na ilusão do dinheiro fácil, do sucesso...
Depois do contrato milionário com o Chelsea, Paím andou por clubes menores, nomeadamente pelo Torreense, depois esteve em Angola e agora está no Fófó, os seniores subiram à segunda divisão nacional esta época. Hoje o Fábio Paím estava a treinar.
Para quem não conhece, eis a reportagem feita há uns anos pela Sportv:
asdasdasda
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Infelizmente há treinadores que se preocupam mais em ensinar como não deixar o adversário jogar do que ensinar a jogar futebol...
ResponderEliminarAté podem ganhar alguns jogos, mas não irão longe... perderão mais do que ganharão...
Saudades do tempo em que jogavamos o dia todo, sem treinadores, sem árbitros, sem agressões, as decisões eram tomadas por concenso... no dia seguinte já nem nos lembravamos do resultado...
Hoje tudo está mais espartilhado, não é que eu defenda que se deve voltar a trás, mas deveriamos ter no futebol um ambiente mais saudável, livre de todas estas picardias, onde o resultado deveria ser o culminar de grandes espetáculos, dados pelos principais protagonistas, os jogadores.